ENTREVISTA: AUDIR SANTANA DEIXA A MEDICINA PARA INGRESSAR NA POLÍTICA

ENTREVISTA: AUDIR SANTANA DEIXA A


MEDICINA PARA INGRESSAR NA POLÍTICA


Médico formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), pai de três filhos, tricolor e apaixonado por sua cidade, Itaboraí, região Metropolitana, o deputado Audir Santana (PSC) afirma que tem dedicado todo o seu tempo à Política, deixando de lado, até mesmo, as partidas de futebol. Dentro de seu gabinete, onde uma parede é pintada pela cor verde que, segundo o parlamentar, representa a esperança, o Fluminense Futebol Clube e as cores do Partido Social Cristão (PSC), Audir se dedica ao Legislativo e tenta articular formas de minimizar os impactos negativos que seu município pode sofrer com a instalação do pólo petroquímico de Itaboraí. De acordo com o deputado, que se considera o maior conhecedor da região na Casa, o pólo significa a redescoberta de um perfil econômico para a cidade que, por conseqüência, precisa de investimentos em infra-estrutura.







O SENHOR ACREDITA QUE O MUNICÍPIO DE ITABORAÍ AINDA NÃO ESTÁ PREPARADO PARA OS INVESTIMENTOS?



Ele está completamente despreparado e ficamos apreensivos porque as atividades já começaram e, para algumas pessoas, a ficha ainda não caiu. Vejo a total inexistência de transporte, habitação, segurança, saúde, educação, e precisamos ter velocidade na avaliação do futuro para que Itaboraí não vire uma Macaé, cidade que recebeu investimentos da Petrobras e hoje tem uma das maiores rendas per capita do Brasil e uma enorme desigualdade social.



AINDA É POSSÍVEL REVERTER O QUADRO?



Acredito que sim, desde que tenhamos uma atuação firme dos governos municipal, estadual e federal. O pólo representa a redenção de Itaboraí, que já teve seu perfil econômico a partir da cana-de-açúcar, do café, da silvicultura, da plantação de laranja e, depois, já numa fase de declínio, da cerâmica vermelha. Hoje, o município é conhecido como cidade dormitório. Essa é a oportunidade de emprego para muitos. Por isso, um dos principais pontos a ser focado é a qualificação profissional, para que a população não perca as vagas que serão abertas para pessoas de fora.



ANTES DE POLÍTICO, MÉDICO. COMO FOI A ESCOLHA PELA MEDICINA?



A Medicina foi uma missão enviada por Deus. Através dela posso expressar minha vocação, buscando minorar o sofrimento das pessoas que me procuram no dia-a-dia. Aos 16 anos, já admirava a profissão e busquei, ainda no ensino médio, um curso técnico em análises clínicas. Foi na UFF, na turma de 1984, que nasceu o primeiro médico da família.



COMO O MÉDICO TORNOU-SE POLÍTICO?



A Política apareceu com o contato que tive com a periferia de Itaboraí, que é extremamente carente, durante trabalhos que eu realizava ainda na condição de acadêmico. Conhecendo e presenciando a realidade dessa população menos favorecida, com a qual me identifiquei, surgiu a sugestão de alguns pacientes e amigos para que eu avaliasse a possibilidade de me candidatar, e, em 1996, veio o primeiro mandato.



Renovei o mandato em 2000 e em 2004, para, só então, chegar à Alerj.